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Esquadra 601 – "Lobos"

A Esquadra 601 foi criada em março de 1986, tendo-lhe sido atribuída como missão primária executar operações de patrulhamento marítimo e de deteção, localização, seguimento e ataque a submarinos e meios de superfície, e como missão secundária executar operações de busca e salvamento e de minagem.

A 1 de outubro de 1985 foi assinado o acordo com a Lockheed para a aquisição de 6 aeronaves P-3B recebidas da Força Aérea Australiana que os tinha substituído pelos mais recentes P-3C.

Os 6 P-3B adquiridos por Portugal foram modernizados para satisfazer os requisitos operacionais para as missões de ambiente marítimo. Após a modernização, os 6 aviões receberam a denominação P-3P.O primeiro destes aviões foi inteiramente modificado nas instalações da Lockheed em Burbank na California, as restantes 5 aeronaves foram modernizadas nas OGMA em Portugal. O P-3P foi equipado com um vasto leque de sensores ativos e passivo, bem como sistemas de comunicações que lhe conferem a capacidade para desempenhar uma grande variedade de missões.

Com a chegada do primeiro P-3P à Base Aérea 6 no Montijo, em 7 de agosto de 1988, deram-se inicio ás atividades da Esquadra 601, herdeira das tradições do patrulhamento marítimo em Portugal. Até 1990 a atividade da Esquadra foi essencialmente dedicada ao treino e qualificação das tripulações, a cargo da Lockheed. Após esta data a Esquadra 601 ficou habilitada a dar formação com instrutores nacionais. Atualmente, cerca de 120 militares entre pessoal navegante e de manutenção trabalham na Esquadra. Desde a sua formação até à presente data foram voadas mais de 25.000 Horas. Está presentemente colocado na Base Aérea nº 11 em Beja desde o dia 19 de fevereiro de 2008.

Portugal fica situado no extremo sudoeste da Europa tendo como única fronteira terrestre a Espanha. Carateriza-se pela descontinuidade territorial com os Arquipélagos dos Açores e Madeira, a respetivamente 900 e 500 milhas náuticas. A sua Zona Económica Exclusiva (ZEE) é a segunda maior da Europa, de grande importância para a economia nacional. Somos ainda responsáveis pela prestação de serviços, onde se inclui a busca e salvamento nas duas regiões de informação de voo, Lisboa e Santa Maria cujo o tráfego anual ultrapassa os 550 000 vôos.

Na nossa área de responsabilidade convergem linhas de comunicação marítimas e aéreas que ligam os 5 continentes. É através das rotas de comunicação marítima que circulam grande parte dos recursos energéticos e matérias-primas para a grande maioria dos países europeus.

Ao longo dos 26 anos de existência, a Esquadra 601 participou em várias missões de interesse nacional e internacional. De destacar a participação nos exercicios Tapoon, Ocean Safari, Dogfish, JMC, Strong Resolve, Linked Seas, Noble Manta, Sharkhunt, Grampus, entre outros.

No âmbito das operações reais destaca-se a participação da Esquadra 601 na Operação Sharp Guard no âmbito da União Europeia com o objetivo de dar cumprimento ás resoluções do Concelho das Nações Unidas que visavam concretizar um embargo naval à Sérvia e Montenegro como forma de proibir a entrada de armamento na antiga Juguslávia através do controlo marítimo do Mar Adriático. A operação Sharp Guard teve inicio em julho de 1992 e terminou em fevereiro de 1996 com um total de 576 missões efetuadas que totalizaram 3712 horas de voo.

No âmbito nacional é de referir a participação da Esquadra 601 no apoio ás forças envolvidas nas operações humanitárias no conflito da Guiné Bissau em junho de 1998. A participação do P-3P foi determinante para o esclarecimento do panorama de superfície durante a execução dos movimentos marítimos.

Mais recentemente, em junho de 2007, Portugal participou na Operação Frontex em que uma aeronave P-3P operou a partir da ilha de Malta, controlado os movimentos de imigração ilegal do norte de África para a Europa.

A Esquadra 601 participa também desde 2003 na operação Ative Endeavour. Esta operação realiza-se no âmbito da NATO e visa o controlo de atividades ilícitas no Mar Mediterrâneo em conjunto com outros meios navais da Aliança Atlântica.

Em 22 de abril de 2010 o último P-3P operacional, chegou ao Oceano Indico para participar na Operação Atalanta de combate à pirataria naquela região do globo, operação da responsabilidade da União Europeia no âmbito da Força Naval da União Europeia (EUNAVFOR). A presença da Esquadra 601 na Ilha de Mahé manteve-se até ao final de agosto de 2010, onde foram realizadas 40 missões que totalizaram mais de 320 horas de voo.

Em 17 de abril de 2011 a Esquadra 601 voltou ao Oceano Indico para participar na Operação Ocean Shield no combate à pirataria na costa da Somália. O destacamento foi composto por 53 militares, uma aeronave P-3C CUP+ e teve como base novamente a Ilha de Mahé. Realizaram-se 30 missões que totalizaram 245 horas de voo. Esta operação foi o "batismo de fogo" do novo P-3C CUP+, destacando-se não só os excelentes resultados operacionais produzidos, como também a extraordinária prontidão de 100% mantido durante quase 300 horas de voo.

A 13 de outubro de 2011 realizou-se o último voo da frota P-3P. A última aeronave que estava ao serviço da Esquadra 601, com o número de cauda 14805, descolou da Base Aérea 11 em Beja para um curto voo de despedida.

A incansável frota de P-3P conta com 25 anos ao serviço da FAP. Uma memorável história, rica em sucessos, nas mais de 25000 horas voadas sob as insígnias da Cruz de Cristo. Sem menosprezar a fiabilidade desta plataforma, há que encarar que os seus sensores e restante equipamento de missão já não satisfaziam as necessidades impostas pelas novas ameaças. Conscientes deste facto, a Força Aérea e o Estado Português iniciaram um programa de substituição da frota de 6 P-3P por 5 aeronaves P-3C, adquiridas à Real Marinha Holandesa. Posteriormente, foi celebrado um contrato com a Lockheed-Martin para a modernização destas aeronaves para a atual versão P-3C CUP+.

A modernização das 5 aeronaves com sensores modernos e capazes de fazer frente aos desafios do futuro, torna a plataforma P-3C CUP + numa das mais avançadas do mundo.

A primeira aeronave chegou à Esquadra 601 em agosto de 2010, estando previsto a entrega da última aeronave modernizada até meados de 2012.

MISSÃO

Executar operações aéreas multi-domínio.

ELEMENTOS DE MISSÃO

Operações de busca e salvamento;

Operações de Intelligence, Surveillance and Reconaissance (ISR);

Operações de luta antissuperfície, incluindo a deteção, identificação, aquisição e ataque de alvos, apoio ao combate, relé de comunicações, apoio direto a forças de reação rápida, combinadas ou conjuntas e apoio direto a operações anfíbias;

Operações de luta antissubmarina;

Operações de minagem;

Time Sensitive Targeting (TST) / Dynamic Targeting (DT).