Os antecedentes históricos da Esquadra 103 remontam a 1953 com a entrada ao serviço do T-33A “Shooting Star” na Força Aérea Portuguesa. Decorrido apenas um ano após o nascimento da Força Aérea, a aquisição dos F-84G “Thunder Jet” ditou a necessidade da criação de uma nova esquadra de voo. Foi assim que nasceu na Base Aérea N.º 2, na Ota, aquela que viria a ser a primeira Esquadra de Combate em Aviões a Reação, a Esquadra 20, formada a 28 de fevereiro de 1953.
Os T-33A iniciais foram atribuídos à Base Aérea N.º 2 e tinham por missão primária o treino de voo por instrumentos. A missão secundária da chamada “Esquadrilha de Voo Sem Visibilidade”, o “embrião” da Esquadra 103, consistia na adaptação em avião bilugar a jato, aos pilotos destinados aos caças monolugares F-84G.
No ano seguinte, com a criação de uma segunda Esquadra de F-84G, a Esquadra 21, a esquadrilha de T-33A torna-se autónoma, na medida em que proporcionava treino de voo por instrumentos a ambas as esquadras de voo.
É neste contexto que, em 1955, nasce formalmente a Esquadra 22, a terceira Esquadra do Grupo Operacional 201, formada na sua totalidade por T-33A. Em 1956 a sua denominação é alterada para Esquadra de Instrução Complementar de Pilotagem (EICP), ano em que é alterado o programa de formação, passando apenas a ministrar o Curso de Instrução Complementar de Pilotagem, recebendo diretamente os alunos oriundos da Esquadra de Instrução Básica de Pilotagem.
Em 1957 é transferida para a Base N.º 3, em Tancos. Nova mudança ocorre em 1958, passando a sua designação para Esquadra de Instrução Complementar de Pilotagem em Aviões de Combate (EICPAC), designação que se mantém nos dias de hoje.
A EICPAC regressa à Ota em 1960, altura em que ocorre uma nova reestruturação, recebendo a totalidade dos F-84G das Esquadras 20 e 21, sendo a esquadra dividida em duas esquadrilhas, uma operando os T-33 e outra operando os F-84G. A missão foi também alterada, passando a ministrar a instrução complementar em T-33A, e a conversão operacional nos F-84G, para os pilotos destinados ao F-86 “Sabre”.
Entretanto, em virtude dos acontecimentos em África, os F-84G foram transferidos para o Ultramar, conjuntamente com alguns dos Pilotos Instrutores.
Em novembro de 1974 os meios atribuídos à esquadra foram transferidos para a Base Aérea N.º 5, Monte Real.
Em 1977 a Força Áerea Portuguesa (FAP) é sujeita a uma reestruturação orgânica e a EICPAC passa a designar-se por Esquadra 103.
Em julho de 1980 a Esquadra 103 recebe os Northrop T-38A “Talon”, até então atribuídos à Esquadra 201. A EICPAC voltou a reestruturar-se, pela segunda vez em duas esquadrilhas independentes, equipadas com frotas distintas: a Esquadrilha de T-33A, vocacionada para Instrução Complementar; e a Esquadrilha dos T-38A, vocacionada para a componente Operacional.
Finalmente, em janeiro de 1987, a Esquadra 103 foi transferida para a Base Aérea N.º 11, em Beja, onde opera atualmente.
Em 1988 inicia-se a desativação progressiva da frota T-33A, passando o Curso de Instrução Complementar de pilotagem em Aviões de Combate (CIPAC) a ser ministrado em T-38. No entanto o T-38A manteve-se pouco tempo ao serviço, uma vez que a frota foi completamente desativada em junho de 1993.
Nos meses seguintes a Esquadra 103 preparou-se para iniciar uma nova etapa da sua briosa história, em conjunto também com a Esquadra 301: a operação com o sistema de armas AlphaJet.
A 6 de outubro de 1993 dá-se a primeira missão em AlphaJet ostentando a Cruz de Cristo.
Em novembro de 2005 a Esquadra 301 é transferida para a Base N.º 5 em Monte Real, passando a operar o F-16.
Outro capítulo nobre na longa história da Esquadra 103 foi a sua tradição em acrobacia. No ano de 2001 ressurge a oportunidade de voltar a haver uma patrulha acrobática na Força Aérea Portuguesa e é dada à Esquadra 103 a responsabilidade de preparar uma demonstração de performance em AlphaJet. O renascimento de uma patrulha acrobática, denominada “Parelha da Cruz de Cristo” restituiu à Força Aérea Portuguesa, as antigas tradições em acrobacia, sendo que a partir de 2005 a patrulha passou a designar-se “Asas de Portugal”. Os Asas foram desativados no ano de 2010.
Na sua existência de 60 anos, a Esquadra 103 totaliza mais de 100.000 horas de voo: 65.000 em T-33, 11.500 em T-38 e 28.516 em Alpha Jet, tendo os 126 pilotos instrutores formado largas centenas de pilotos.
Em 13 de janeiro de 2018, as aeronaves Alpha-Jet realizaram o seu último voo.
A Esquadra 103 não foi desativada, aguardando atualmente a atribuição de uma nova aeronave.
MISSÃO
Ministrar formação de pilotagem.
ELEMENTOS DE MISSÃO
Instrução avançada de pilotagem;
Conversão operacional para aviões de combate.