Conteúdo principal

Oito décadas de Base Aérea N.º 4

A Base Aérea N.º 4, sediada na Ilha Terceira, nos Açores, celebra oito décadas de existência a 12 de junho de 2021.

A importância geoestratégica do Arquipélago dos Açores só por si justificou a necessidade de existir uma grande infraestrutura aeronáutica, sobretudo porque garantia uma superioridade aérea sobre a naval. Tal fator foi determinante para a chegada de meios aéreos aos Açores pela primeira vez. 

Face à evolução da II Guerra Mundial, em 1941 o Governo Português destacou para os Açores um Corpo Expedicionário, formado por duas Esquadrilhas de Caça. A Esquadrilha N.º 1 com destino a Ilha de São Miguel e a N.º 2 para a Ilha Terceira.

Aquando da chegada da Esquadrilha da Caça N.º 2, a construção da pista nas Lajes já se encontrava quase concluída, tendo sido declarada como apta para operações em 11 de julho de 1941.

A presença das Forças da Aeronáutica nos Açores conduziu em 4 de agosto de 1942 à criação da Base Aérea N.º 4, na Ilha de S. Miguel, e da Base Aérea N.º 5, no Aeródromo das Lagens, na Terceira.

Em 27 de junho de 1946 (Diário do Governo publicou uma portaria do Ministério da Guerra), a Base Aérea N.° 4 (BA4) é transferida de São Miguel para as Lajes, na Ilha Terceira.

Totalmente implementada naquela ilha, em 2 de março de 1947 chegam à BA4, vindos do Estados Unidos da América (EUA), na sequência da cooperação luso-americana, cinco aviões Boeing B-17 e três Douglas C-54. É assim constituída a Esquadrilha de Busca e Salvamento N.º 41, conhecida também por Esquadrilha de Reconhecimento e Socorro. 

A 6 de setembro de 1951 Portugal assina o primeiro acordo com os EUA referente à utilização da BA4. Este acordo revelou-se um verdadeiro tonificante para a economia dos Açores e para a modernização das Forças Armadas Portuguesas. Deste modo, os EUA cedem a Portugal em 1954 três Grumman SA-16 Albatross que  reforçaram a Esquadrilha N.º 41. Em 10 de março de 1955, também cedido pelos dos EUA, chega à BA4 o primeiro helicóptero da Força Aérea Portuguesa, um Sikorsky H-19 que durante a viagem até às Lajes realizou a sua primeira missão de socorro.

Da história da BA4 consta em 1978 a Esquadra 503 – “Golfinhos”, equipada com aviões CASA C-212 “Aviocar”, a Esquadra 752 – “Puma” operando helicópteros SA-330 PUMA e em 1981 a Esquadra de Ataque 303 – “Tigres” equipada com aviões Fiat G-91. Em 1993 as Esquadras 503 e 752 são aglutinadas numa única Esquadra, designada 711. Com a desativação do helicóptero SA-330 Puma e consequente extinção da Esquadra 711, a partir de 2007, surgiram os Destacamentos Aéreos dos Açores, continuando assim a Unidade a dar cumprimento à missão de Busca e Salvamento.

Hoje, 80 anos depois da chegada dos primeiros meios aéreos militares à ilha Terceira, a Base Aérea N.º 4 mantém um papel fulcral nos Açores, sobretudo através do apoio aos destacamentos aéreos das Esquadras 502 e 751, que mantêm um sistema de alerta permanente, 24h por dia, 365 dias por ano, executando relevantes missões de apoio à população açoriana. 

A Base Aérea N.º 4 mantém-se focada na missão de busca e salvamento, mas também de apoio à população açoriana, sobretudo nas evacuações aeromédicas entre ilhas e para o continente, sob o lema “Nós outros, cuja fama tanto voa".

VEJA O VÍDEO