A aeronave P-3C Cup+ regressou no dia 16 de março de 2014 de Cabo Verde, onde esteve destacada durante a sua participação no Exercício Saharan Express 2014.
Este exercício decorreu em ambiente conjunto e combinado, proporcionando troca de conhecimentos e procedimentos e providenciando treino na interoperabilidade de forças - em contexto de operações de interdição marítima - entre países dos continentes europeu, africano e americano.
Durante a participação da Força Aérea Portuguesa, através da Esquadra 601 – “Lobos”, a aeronave P-3C Cup+ foi empregue no apoio a meios de superfície (fragatas das marinhas portuguesa, angolana, senegalesa, marroquina, inglesa, espanhola, francesa e americana), e também na recolha de informações necessárias para atualização do panorama de superfície e sua disseminação para a cadeia de comando. O que agiliza as tomadas de decisão e contribui para que as instruções transmitidas sejam o mais exatas possível. Neste contexto, a capacidade de comunicações e os sensores a bordo da aeronave foram preciosos na interoperabilidade dos meios.
Durante o destacamento, a Esquadra 601 realizou cerca de 37 horas de voo, repartidas entre projeção da força, empenhamento no exercício, demonstração de capacidades para as autoridades locais, voos de patrulhamento marítimo na República de Cabo Verde e retração.
O posicionamento do arquipélago de Cabo Verde no Atlântico faz com que seja um ponto de cruzamento de várias rotas de navegação marítimas e aéreas. O volume de tráfego que daí advém impossibilita que a República de Cabo Verde consiga patrulhar e vigar toda a sua Zona Económica Exclusiva (ZEE), composta por mais de 730.000km2. O que faz com que o governo deste país se debata com problemas de tráfico de droga, armas e pessoas, aos quais só consegue dar resposta com o auxílio de acordos de cooperação com nações como o Reino Unido, Estados Unidos da América, Brasil e Portugal.
Nesse âmbito, a Esquadra 601 efetuou voos levando a bordo tripulantes e agentes policiais nativos, de forma a poder partilhar um pouco da sua longa experiência de patrulhamento marítimo. Os voos decorream a norte e a sul da ZEE de Cabo Verde, com demonstração e transmissão de procedimentos e conhecimentos, na área da monitorização, deteção, identificação e reporte de eventuais atividades ilícitas.
Após os voos, no debriefing com os elementos envolvidos nas missões, foram tecidas considerações baseadas no produto obtido com a análise dos dados recolhidos. Do feedback obtido, a experiência foi enriquecedora tanto para a Esquadra 601 como para as autoridades da República de Cabo Verde.