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Direção de Infraestruturas

Missão

Dirigir o projeto, a construção, a recuperação e a conservação de infraestruturas, bem como gerir o património em utilização pela Força Aérea.

 

Competências

a) Assegurar a execução de atividades no âmbito da gestão das infraestruturas da Força Aérea, promovendo a sua edificação, manutenção, regeneração e inspeção;

b) Promover a identificação e satisfação das necessidades de infraestruturas decorrentes dos planos e programas aprovados;

c) Colaborar na definição dos requisitos logísticos das infraestruturas necessárias para assegurar as capacidades da Força Aérea e planear o apoio logístico durante o respetivo ciclo de vida;

d) Conduzir atividades de engenharia em todas as fases do ciclo de vida das infraestruturas da Força Aérea, bem como gerir os programas e projetos do seu portefólio que lhe forem atribuídos;

e) Elaborar a regulamentação técnica e manter a sua atualização no respeitante à construção e manutenção de infraestruturas e gestão do património imobiliário da Força Aérea;

f) Promover a elaboração de projetos, estudos técnicos e auditorias técnicas nas áreas da sua competência;

g) Promover ou elaborar projetos de infraestruturas, assegurando o seu controlo e execução;

h) Assegurar a emissão de pareceres e subsequente fiscalização no âmbito do licenciamento de construções e de obras nas áreas abrangidas por servidões militares;

i) Assegurar o cumprimento da regulamentação e das políticas da qualidade, de ambiente, de higiene e segurança no trabalho, e com implicações na prevenção de acidentes;

j) Executar inspeções técnicas, em coordenação com a Inspeção-Geral da Força Aérea (IGFA);

k) Promover e apoiar medidas de melhoria que visem tornar a Força Aérea mais eficiente ao nível da gestão energética e de recursos no âmbito das infraestruturas.

HISTÓRIA

Com a criação da Força Aérea Portuguesa como ramo independente no início da década de 50, é constituída a Direção do Serviço de Infraestruturas, cuja missão era de promover a construção de infraestruturas modernas e capazes de apoiar a operação da nova geração de aviões a jato, que ao longo das décadas de 50 e 60 foi sendo recebida pela Força Aérea.

O grande investimento que foi necessário efetuar teve uma forte componente dedicada às áreas de movimento dos aeródromos, tanto em obras de reconstrução e de adaptação de estruturas existentes como na construção de novas unidades, adaptando-as às exigências da operação de aviões de combate com motor a reação.

Assim, constrói-se a Base Aérea de Monte Real, readaptam-se as infraestruturas das bases aéreas de Ota, Tancos, Sintra, Alverca e São Jacinto e com comparticipação de fundos comuns NATO, constroem-se a Base Aérea de Montijo e Ovar.

Ainda na década de 60, Portugal e a República Federal da Alemanha, acordam a construção da Base Aérea de Beja.

Com todo este esforço de construção, foi possível aos Engenheiros de Aeródromos da Força Aérea, tomarem contacto com as mais modernas tecnologias na área dos pavimentos aeronáuticos, adotando novas técnicas de dimensionamento de pavimentos e aplicando toda uma panóplia de novos equipamentos de construção rodoviária, que permitam a adoção de modernos processos construtivos.

É também nessa época que, em colaboração com a Força Aérea dos Estados Unidos, começa a cimentar-se e a desenvolver-se a mecânica dos solos aplicada à construção rodoviária, tendo sido criados laboratórios de ensaios de solos e pavimentos que permitiam a aplicação dos novos métodos de dimensionamento e garantir o controlo de qualidade dos novos trabalhos executados.

Foi com o potencial técnico adquirido durante as décadas de 50 e 60, que se tornou possível enfrentar o enorme esforço e construção de infraestruturas aeronáuticas que a guerra em África nas suas três frentes, Guiné, Angola e Moçambique, nos impôs.

No início da década de 80 o Conselho da Revolução determina que a Força Aérea deveria ser dotada de um Grupo de Engenharia, capaz de levar a cabo a recuperação rápida de pistas, como definido pela Aliança Atlântica, sendo também capaz de construir, reabilitar e desenvolver as infraestruturas das unidades para apoio das operações e proceder à execução de obras com requisitos especiais decorrentes de objetivos de defesa em tempo de paz.

Em outubro de 1982 é criado o Grupo de Engenharia de Aeródromos da Força Aérea (GEAFA). De entre as inúmeras intervenções feitas pelo GEAFA para a melhoria da qualidade das infraestruturas afetas à Força Aérea, destacam-se em particular:

 - O reforço da pista 02-20 e placas de estacionamento na Base Aérea N.° 6 — Montijo;

 - A construção da pista e estrada de acesso ao Campo de Tiro de Alcochete (CT);

 - Recuperação da camada de desgaste da pista do Aeródromo da Base Aérea N.° 1 — Sintra, com recurso a termo-reciclagem “in situ”;

 - Construção da barragem de terra na ribeira de Vale de Michões, albufeira com cerca de 2 milhões de m³ de água, no CT;

 - Construção das áreas de expansão e reconstrução, em betão de cimento e em betão betuminoso, dos pavimentos aeronáuticos e rodoviários, do Aeródromo da Base Aérea N.° 5 — Monte Real;

 - Construção e reforço de pavimentos aeronáuticos e rodoviários na Base Aérea N.° 11 — Beja;

 - Reforço da pista 04-22 e reforço e alargamento dos caminhos de circulação no Depósito-Geral de Material da Força Aérea — Alverca;

 - No GEAFA foi integrado o Laboratório de Solos e Pavimentos da então Direção do Serviço de Infraestruturas, que hoje está acreditado pelo Instituto Português da Qualidade de acordo com a NP EN ISO IEC 17025 para a realização de ensaios de solos, solo-cimento, betões, betuminosos e de cimento, de carga com placa, estáticos e dinâmicos e características superficiais, edição de coeficiente de ensaios de nomeadamente atrito.

O Sistema da Qualidade implementado veio a revelar-se uma ferramenta valiosíssima com grande impacto no cumprimento da missão no âmbito da engenharia de aeródromos. Para além da importância interna de que se reveste a acreditação do Laboratório de Solos e Pavimentos, a sua importância para o exterior da Força Aérea tem sido relevante, já que é a componente visível da garantia da qualidade dos trabalhos efetuados, projetando interna e externamente o reconhecimento da atividade do Laboratório, colocando a Força Aérea nos níveis mais elevados de qualidade do nosso país.