MISSÃO
Ministrar cursos de instrutores, monitores e tratadores de cães militares nas vertentes de guarda, deteção de droga e explosivos e, ainda, promover estágios e treinos de conjunto, de forma a garantir a formação e proficiência do efectivo cinotécnico da Força Aérea.
COMPETÊNCIAS
a) Ministrar cursos de instrutores, monitores e tratadores de cães militares;
b) Manter em estado de prontidão, a reserva operacional cinotécnica da Força Aérea;
c) Manter a proficiência da Equipa de Demonstração Cinotécnica da Força Aérea;
d) Contribuir para a avaliação técnica das equipas cinotécnicas e efetuar cursos de reciclagem às equipas que não obtenham a certificação periódica;
e) Apoiar o planeamento e execução de exercícios, de forma a garantir a proficiência do efetivo cinotécnico da Força Aérea;
f) Promover os testes de aferição da qualidade da alimentação fornecida;
g) Realizar testes pré-compra dos meios cinotécnicos;
h) Colaborar na elaboração de manuais de qualificação relativos ao treino e emprego operacional das equipas cinotécnicas;
i) Contribuir para o plano de treino das Secções Cinotécnicas das diversas unidades da Força Aérea.
HISTÓRIA
A utilização de cães pela Força Aérea remonta ao tempo da Guerra Colonial, sendo os Paraquedistas os pioneiros no aproveitamento das qualidades inatas dos cães para a segurança.
Desde 05 de julho de 1978, data do despacho de criação do Corpo da Polícia Aérea (CPA), despacho do CEMFA N.º 25/78, foram atribuídas às Esquadras da Polícia Aérea (EPA) Secções Cinótécnicas, tendo sido realizados esforços no sentido de aumentar o efetivo cinotécnico e concomitantemente o número de canis das unidades não paraquedistas da Força Aérea.
A implementação total do efetivo levaria a que o CPA tivesse à disposição cerca de 200 cães, englobando os cães em serviço nas EPA e as equipas em formação.
A necessidade de criação de um Centro Cinotécnico assentava assim essencialmente na ideia de dotar a Força Aérea das estruturas próprias condizentes com as suas responsabilidades reais no âmbito da segurança das suas unidades, aproximando-se das metodologias de emprego operacional e instrução constantes de doutrina publicada por países da NATO.
Em janeiro de 1981 foi apresentada pelo CPA a proposta de criação do Centro Cinófilo, que mereceu despacho favorável a 16 de janeiro de 1981 pelo Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), emitindo, na circunstância, ainda as seguintes directrizes gerais:
(I) Deve ter início a construção do Centro em 1982;
(II) Previamente, fundamentar a iniciativa num plano-programa, cobrindo facetas como localização do centro, plano diretor e custos envolvidos.
Nesta proposta foram apresentadas como vantagens a capacitação da Força Aérea gerir autonomamente o efetivo cinotécnico das suas unidades e poder ministrar instrução de acordo com técnicas mais adaptadas com as exigências específicas da missão.
A 05 de dezembro de 1984 pelo Comando de Operações da Força Aérea (COFA) foi efetuada a primeira proposta de construção de canis táticos da Força Aérea, sendo que a instalação destes canis táticos resultavam da necessidade urgente de se encontrar uma solução para o problema da instrução das equipas cinotécnicas, o de centralizar toda a instrução numa só unidade, de forma a racionalizar meios e materiais.
Este projeto consistia na obtenção de Canis Táticos que fossem facilmente desmontados e transportados em viatura para qualquer local onde sejam necessários. Ficava assim resolvido o problema imediato da instrução cinotécnica e ainda o reforço de qualquer unidade ou destacamento da Força Aérea.
Depois de encaradas várias hipóteses havia-se concluído que o local mais adequado para dar continuidade à instrução cinotécnica era o Aeródromo de Manobra N.º 1 (AM1), em Ovar. Este aeródromo oferece condições ímpares, quer em infraestruturas disponíveis, isolamento natural e ter ao seu dispor espaços adequados ao treino de animais.
Com o despacho favorável do OSIFA de 04 de setembro de 1985, realizou-se primeiro curso no AM1, curso TTCM 03/85 que decorreu de 16 de setembro a 22 de novembro de 1985.
Este curso teve um efetivo de 33 instruendos e foi ministrado simultaneamente na Base Aérea N.º 3 (BA3), Base Aérea N.º 11 (BA11) e pela primeira vez no AM1.
Finalmente a 03 de dezembro de 1985 tendo sido considerados os bons resultados obtidos com a instalação dos canis táticos no AM1, foi decidido superiormente ampliar as instalações existentes de modo a dar completa satisfação às necessidades de instrução.
A escolha do AM1 para implantação do Centro de Instrução Cinófilo do Corpo da Polícia Aérea (CICCPA) obedeceu, entre outros, aos seguintes critérios:
(I) Boas condições naturais para treino de cães;
(II) Vastas áreas isoladas, ideais para o efeito;
(III) Ser o AM1 uma unidade com relativamente pouco movimento;
(IV) Existir no AM1 uma área já anteriormente destinada à Secção Cinotécnica da infraestrutura NATO e facilmente adaptável à implantação do CICCPA.
O CICCPA é oficialmente criado pela Diretiva 005/86 do COFA, tendo sido considerado um "canil tático", isto é, os canis propriamente ditos constituem uma infraestrutura amovível, em caso de necessidade, para que pudessem ser desmontados e implantados em qualquer lugar.
Com a criação em maio de 1986 do Centro de Instrução Cinófíla do Corpo da Polícia Aérea, foram proporcionadas as condições para albergar o efetivo cinotécnico em curso, assim como a uniformização da instrução, realização de reciclagens aos monitores das diversas unidades e para a gestão autónoma do efetivo cinotécnico.
Durante um período de transição que ocorreu entre 1982 e 1984, vários cursos foram ministrados na BETP, GNR e em várias unidades da Força Aérea. A partir de 1984 com um Oficial, Tenente Polícia Aérea Jorge Gonçalves e 20 Sargentos formados na BETP e GNR, estavam reunidas as condições para que a instrução fosse ministrada nas unidades que possuíam Secções Cinotécnicas.
Em maio de 1986 foi colocado no CICCPA o Tenente Polícia Aérea António Silva e sempre que eram lecionados cursos, os monitores e respetivos cabos de apoio vinham em diligência para o CICCPA.
Com o fim do Corpo de Polícia Aérea, o nome do CICCPA é alterado para Centro de Instrução Cinófila da Polícia Aérea (CICPA).
Em 2005 é aprovada a nova organização do AM1 e o CICPA passou a ser designado por Centro de Treino Cinotécnico da Força Aérea (CTCFA).
Na atualidade, o CTCFA tem como a missão formar equipas cinotécnicas nas vertentes de guarda e deteção de estupefacientes e explosivos, garantir uma capacidade de reserva operacional de efetivos do Comando Aéreo (CA), mantendo-a nos mais altos padrões de prontidão, qualidade e manutenção em permanência de uma equipa de demonstração apta a divulgar o trabalho com cães militares.
Ao longo da sua história o Centro de Treino Cinotécnico da Força Aérea, na condição de estabelecimento militar de ensino, ministra cursos de Treinadores Tratadores de Cães Militares e Treinadores Tratadores de Cães de Deteção de Explosivos ou Estupefacientes, que garantam o desempenho das missões atribuídas às equipas cinotécnicas, garantes da segurança ativa e defesa das unidades e órgãos da Força Aérea.
O CTCFA tem ainda promovido junto do público que visita o AM1 e na constituição da Equipa de Demonstração Cinotécnica da Força Aérea, uma imagem de rigor, proficiência, profissionalismo e disciplina, representando a Força Aérea em importantes manifestações sócio-culturais de âmbito regional e nacional.
Este Centro é ainda um local de grande interesse para as visitas à unidade, nomeadamente no que se refere à representação da Força Aérea no âmbito do Dia da Defesa Nacional, com visitas diárias de cerca de 120 jovens.
Contribui desta forma, para um melhor reconhecimento e apreciação pública das Forças Armadas e em especial da Força Aérea, constituindo-se como uma plataforma de recrutamento e retenção, despertando nos jovens vocações e o interesse por uma carreira militar.
A formação ministrada aos treinadores tem permitido, aquando do abandono das fileiras, saídas profissionais na área do adestramento de cães.
O CTCFA concretiza a doutrina que o Comando Aéreo perfilha quanto à instrução treino e emprego de cães militares, bem como do pessoal da área cinotécnica.