Como resposta às alterações climáticas, a Força Aérea lançou o primeiro roteiro para a neutralidade carbónica, definindo metas de redução do impacto ambiental para serem atingidas até 2050.
Este roteiro vai ao encontro do compromisso que o Governo Português assumiu em 2016 na 22.ª Conferência das Partes em sede da Organização das Nações Unidas.
Para atingir a neutralidade carbónica considera-se a redução de emissões de gases de efeito de estufa (GEE), acompanhada da compensação das emissões remanescentes através do sequestro de carbono pelas componentes agrícolas e florestal.
O Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 da Força Aérea (RNC2050FA) representa o compromisso da instituição para reduzir emissões de GEE, identificar as áreas a monitorizar e intervir de forma a contribuir para o desígnio da mitigação e adaptação às alterações climáticas.
Neste enquadramento, até 2050, a Força Aérea compromete-se a diminuir 66% do consumo de água, 74% do consumo total de energia e 90% de emissão de gases de efeitos de estufa.
As metas acima descritas englobam as políticas ambientais implementadas pela Força Aérea desde 2005, que permitiram até ao momento reduzir 44% do consumo de água, 20% do consumo de energia e 55% de emissão de GEE, e uma valorização de resíduos em 20%.
O roteiro encontra-se dividido em três etapas: o mapeamento onde são reconhecidas as fontes, estimadas as emissões de GEE e identificadas as capacidades de sequestro de CO² da floresta; a fase da redução na qual são representados os vários cenários possíveis para atingir a redução; e a fase da neutralidade, onde será monitorizada e avaliada a evolução das ações de redução definidas ao longo do tempo, identificando-se a necessidade de ajustes.
Em defesa do ambiente, foi em 1995 que a Força Aérea introduziu a primeira política ambiental, obtendo a primeira certificação ambiental em 2001 através do Campo de Tiro (CT). Conscientes da importância e responsabilidade nesta área, decorria o ano de 2005 quando ingressaram na Força Aérea os primeiros engenheiros do ambiente. Fruto desse trabalho, em 2016, a Força Aérea obteve a primeira certificação EMAS numa unidade militar, no caso a Base Aérea N.º 5 (BA5).
Atualmente, a Força Aérea tem três unidades com certificação ISO 14001 (CT, BA5 e Estação de Radar N.º 2 (ER2)), duas unidades com registo EMAS (BA5 e ER2), uma unidade com certificação em Modo de Produção Biológico (CT), uma unidade com certificação PEFC (CT) e uma unidade com certificação FSC (CT).
O roteiro foi tornado público no dia 27 de setembro, na Base Aérea N.º 5, em Monte Real, num evento que contou com a presença da Ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, do Secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves, e de outras altas entidades militares e civis.