A Força Aérea participou, a 14 de janeiro de 2014, no resgate a oito tripulantes de um navio veleiro a quase 2000 (dois mil) Km a Sudoeste da ilha de S. Miguel e a mais de 3000 Kms de Beja.
O alerta emitido pela rádio baliza (EPIRB) do veleiro BUCCANEER foi recebido no MRCC Delgada pelas 06H47 do dia 14, reencaminhado pelo seu centro homólogo em Lisboa. A bordo seguiam sete tripulantes de nacionalidade espanhola e um tripulante de nacionalidade belga, que participavam na oitava regata Gran Prix Atlântico. O navio terá batido num objeto que provocou uma avaria grave e que originou a entrada incontrolada de água para o interior da embarcação, causando fortes possibilidades de naufrágio.
A missão de resgate aos tripulantes do veleiro Buccaneer, de bandeira belga e a cerca de 1070 milhas náuticas da maior ilha açoriana, foi coordenado pelo Centro Coordenador de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada (MRCC Delgada), que solicitou ao Centro Coordenador de Busca e Salvamento Aéreo das Lajes (RCC Lajes) o empenhamento de meios aéreos.
O RCC Lajes, devido à distância a que se encontrava o veleiro, decidiu ativar um avião de patrulha marítima P-3C Orion, da Esquadra 601 - “Lobos”, da Base Aérea n.º 11, em Beja.
A cerca de 180 Km da posição da embarcação, navegava o navio de cruzeiro Costa Deliziosa que foi solicitado pelo MRCC Delgada para se dirigir para o local, para prestar assistência.
A aeronave chegou à zona de operações pelas 15H05, onde se manteve até às 19H35, tendo coordenado as operações de salvamento que foram executadas pelo paquete Costa Deliziosa. Este chegou ao local às 19H00 e iniciou de imediato a recolha dos tripulantes do veleiro em perigo, operação concluída pelas 20H23. Todos os oito tripulantes ficaram a bordo do paquete e encontram-se de boa saúde.
Atendendo à distância a que se encontrava de Beja (aproximadamente 3.059 km), a aeronave P-3C Orion dirigiu-se para a Ilha do Sal, Cabo Verde, onde aterrou pelas 21H55, totalizando 11H45 nesta missão.
O veleiro acidentado encontra-se ainda à deriva no Atlântico. Por apresentar perigo foi emitido, em conformidade com os procedimentos previstos, um aviso à navegação.
Nesta operação colaboraram ainda os centros congéneres de Espanha, do Reino Unido e da Bélgica.
As condições meteorológicas no local do acidente eram de vento com aproximadamente 56 km/h de sudoeste e ondulação de 4 metros do quadrante sul.